sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Um chá em Istambul

Istambul é mágica.
E a magia circula pelo ar ao som dos minaretes que prostam homens no chão com o seu tapete. O Silvezter andava também por lá, a passear pelo palácio de Topkapi, à procura de um sentido. Encontrámo-nos na casa de chá, não por acaso. Em Istambul bebe-se muito chá, bebem-no para suportar o calor. Curioso, chá a ferver apenas faz mais calor. Sim, eu sei, evita a transpiração. Não fugimos ao ritual, sentámo-nos numa mesa para dois. O Silvezter é húngaro; é senhor de um cavalheirismo estranho a ibéricos. Depois do chá, a descida ao Bósforo por entre alamedas dum caos inenarrável. Gosto de Istambul, imaginava-me fácilmente a viver ali. Mas não sem o Silvezter, memórias que tenho dele enterlaçam-se com as da cidade.

Sou assim, para cada cidade imagino uma pessoa sem a qual essa cidade faz pouco sentido.

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