sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Outro conto de Ano Novo

Num dos dias de Hanukah, o rabino Nahum, filho do rabino de Rizhin, entrou na sinagoga e encontrou os seus alunos a jogar às damas, como era costume naquele tempo. Quando viram o rabino, envergonharam-se e pararam de jogar. Mas o rabino Nahum sorriu e pediu-lhes que prosseguissem: “Sabem que as regras do jogo de damas são muito parecidas às regras da vida? Pois reparem: a primeira é que não se podem fazer duas jogadas ao mesmo tempo. A segunda regra diz que apenas se pode andar para a frente, e nunca para trás. E, por fim, quando se chega à última casa, alcança-se o dom de poder finalmente andar em qualquer direcção.

Rabino Nahum de Stepinesht (Ucrânia, século XIX)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Um conto de Ano Novo

Contou o rabino Naftali de Ropschitz:
“Durante o cerco de Sebastopol, trotava o czar Nicolau no seu cavalo quando um arqueiro inimigo fez pontaria sobre ele. Um soldado russo, que observava de longe, gritou para assustar o cavalo do czar, que se voltou de repente no exacto momento em que a flecha disparava em sua direcção. Percebendo que fora salvo de morte certa pelo seu soldado, o czar agradeceu ao homem e disse que lhe concederia o desejo que ele quisesse. O soldado não pensou duas vezes: “O nosso sargento é uma besta e bate-me constantemente. Majestade, gostaria de poder ser transferido para uma nova companhia sob as ordens de outro sargento!”
“Idiota!”, respondeu-lhe o czar, “porque não me pedes antes que te faça sargento?”
Nós também somos assim: preocupamo-nos com coisas pequenas, rezamos para suprir as necessidades do momento e esquecemo-nos de ver para além delas.

Rabino Naftali de Ropschitz (Ucrânia, séc. XIX)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Não gosto de pessoas que andam e falam aos soluços, pessoas agressivas, antipáticas, neuróticas, saloias, burras. Pessoas que são inconvenientes, mal-educadas, chatas. Pessoas más, mal-formadas, egoístas e invejosas.
E vejo disto todos os dias.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Das casas velhas e expectativas novas

Quando era pequena e morava na Estefania tinha um grande jardim onde havia gatos, árvores e muito espaço para brincar. Costumava fazer corridas com as nuvens e enfurecer-me por elas me ganharem sempre. Andava de bicicleta e aprendia a nadar no tanque. Mastigava as palavras e percebia que depois de repetidas dez vezes deixavam de fazer sentido. Sinto saudades do meu jardim. Os prédios novos de Lisboa não têm espaço para guardar um jardim privado, cultivado com amor e paciência. Ainda hoje, que já não sou tão pequena assim, gosto de jardinagem. Acalma-me tratar das flores, remexer na terra e regar. O cheiro da terra molhada traz-me a infancia de volta. E o jardim que guardo na memória, onde vivi tanto que por mais que viva, e muito foi depois, nunca mais vivi como ali.
A minha infancia acabou na mesma altura que mudei de casa. Nova zona, nova escola, novas brincadeiras. Quando as Barbies desapareceram da vista, os Ken´s da vida real apareceram. Processo complicado. Nunca entendi os rapazes. Ainda não entendo os homens. Já os invejei e achei que têm uma vida menos complicada; apesar de tudo, gosto de ser menina. Gosto de ser a menina numa familia de homens. Invejo a amizade masculina. É mais franca e mais leal. Não será por acaso que sempre me dei melhor com rapazes e tenho mais amigos rapazes que raparigas. Da infancia ficou-me também uma paixão por gatos. Tinha muitos no jardim, todos com um nome da corte real Disney. Identifico-me com a independência dos gatos. Mansinhos mas com garras afiadas, just in case. Ficaram-me as amigas das brincadeiras da praia e do colégio, qualquer dia casadoiras e mamãs! Ah, como fantasiavamos com esses dois acontecimentos... Tenho saudades da infancia mas por nada quereria voltar para lá. Por nada me veria de novo sentada a recitar poesia e a solucionar o teorema de Pitágoras. Desde cedo aprendi a deixar no passado o que a vida me levou. No meu presente tenho algumas certezas, do meu futuro nem uma imagem me vem à cabeça. Mas quando as memórias voltam em força, é bom deixá-las correr livremente e por vezes partilhá-las... com quem importa e está presente...

O Músico de Auschwitz

Em Jerusalém
encontrei um homem
que tocava violino em Auschwitz.
Tocava numa orquestra
acompanhando os que iam morrer
no fogo crematório.


Hoje é engenheiro,
ilumina cidades do mundo inteiro,
inclusive os muros da Cidade Santa.
Não lhe perguntei que música tocava.
No seu braço o número - 121097, de prisioneiro.
Não lhe perguntei que música tocava.
Perguntei-lhe se ainda tocava.
Sim, ele tocava.


Affonso Romano de Sant'Anna

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Vicios



I truly (heart) Trapeze!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

While flying

Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo o sexo bom é para namorar.


Nem toda a pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo o beijo é para romancear.
Nem todo o sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim…


Quem disse que ser adulto é fácil?


Arnaldo Jabor

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

While flying



Trocaria a memória de todos os beijos que me deste por um único beijo teu.

E trocaria até esse beijo pela suspeita de uma saudade tua, de um único beijo que te dei.


Miguel Esteves Cardoso

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

December rain


Odeio dias de chuva, estragam-me o cabelo e as malas de pele.
Mas quando estou em casa enroscada no B. e lá fora chove sem parar, é bonito de se ver. É bonito sim e assim eu gosto de chuva. Mas só assim, nessas situações.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Os homens


Os homens, tal como os animais, precisam ser domesticados.
Porque nos chegam às mãos completamente selvagens e imberbes temos que lhes dar um banho de maturidade. O meu querido B. era um rapazinho completamente esquivo e desligado quando me conheceu; o que me faz pensar o que raio andou a sua ex-namorada a fazer durante os anos que namoraram... Porque não foi ela capaz de o domesticar?
Faz-me pensar nos meus ex-namorados e nas suas actuais companheiras. Apenas uma leva uma pérola, as outras acabarão por fugir, como eu fiz. Mas a que leva a pérola, deve-o em parte a mim, que o tornei civilizado e amoroso. Nisso tenho orgulho!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ponto sem final

Não me tem apetecido escrever.
Já são alguns anos na blogoesfera, que se iniciou como uma curiosidade, tornou-se um vicio e começa lentamente a cansar.
Não tenho assunto, não há novidades nem vontade de partilhar a falta de novidades. Também não há estimulo nem expectativas defraudadas.
Como os sentimentos blogoesferianos são cíclicos, qualquer dia isto passa.
Comigo nunca nada tem um fim, só intervalos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Entrando no fim

Sobrevivi a mais um Novembro, o mês terrivel das relações. Que este ano não foi terrivel, compensou os Novembros passados.
E agora venha Dezembro, para me despedir de 2010 que foi um ano muito bom para mim e que deixará saudades.