sábado, 13 de fevereiro de 2010

Dia 2

Há nuvens no céu e a chuva levou a minha estrela para longe.
Há muito tempo que não vejo a minha estrela. Deixou de brilhar ou deixei eu de vê-la?
Fui afortunada. Ofereceram-me uma estrela em tempos.
Mas perdi-lhe o rasto pelo caminho.
E em tempos era a que brilhava mais. Era a estrela polar, a que indica o norte, aquela que me levava sempre de volta a casa. Quando tinha uma casa para onde voltar.
Agora...
agora sou só mais um ser avulso por aí.
A janela está molhada e o meu olhar embaciado. Não é uma boa combinação para procurar algo no céu.
No céu... quem não almeja o céu? O céu sobre mim escureceu.
Já não distingo entre os pingos na janela e os dos meus olhos.
Talvez um dia a estrela volte a sorrir-me, a acenar-me lá do longe, lá do céu, onde estão aqueles que amei mas que não soube prender a mim.
E continua a chover... mas já não importa. Com a água a sujidade das ruas desaparece.
Talvez a chuva leve também as marcas da minha alma.

2 comentários:

Maria Luisa de Albuquerque Inácio disse...

posso não ser uma estrela, nem ter brilho, nem luz sequer. mas pelo menos não tens de olhar para o céu porque, seja eu o que fôr, estou sempre ao teu lado.

M. disse...

eu sei que sim.
nunca duvidei disso.