terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Relógios, tempo e outras divagações

Tenho dois relógios, um na tua hora.
Os ponteiros avançam devagar, afinal, são cinco horas que tenho que viver à tua frente. Enquanto dormes, eu almoço; enquanto almoças, eu janto; enquanto jantas, eu durmo. Posso sacrificar a minha noite para ficar contigo a trocar palavras e promessas ou podes sacrificar tu a tua. Não, não podes. Tu voas alto e eu nem saio do chão. Tu és livre de ir a qualquer lugar, eu estou presa aqui até terminar o que comecei. De quem nada se espera, tudo se pode dar. Mas que me podes dar que eu não espero nem peço? Ah... não fosse a vida tão irónica e estaria aí contigo agora, a vivermos no mesmo fuso horário. Temos que acertar o ponteiro... mas quando?

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