quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Dear Santa #2

Lembrei-me de mais dois itens... que me fariam tão feliz! A Chanel é intemporal... ando há meses a dizer que preciso duma destas para combinar com os meus óculos de sol. Será que é desta?
 
 
 
 
 
Uma Carolina Herrera também me aquece o coração, qualquer modelo é bem vindo, mas este em particular deixa-me a suspirar...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Dear Santa

 
Eu não sou menina de pedir nem pedinchar nada. Sempre que vou para pedir alguma coisa, automáticamente ouço a vozinha da minha mãe nos ouvidos "não se pede nada a ninguém", a frase que cresci a ouvir. Mas enfim, é Natal e pode haver dúvidas em relação a coisas que me fariam feliz... também os anos tão quase aí, em Março, pelo que se não for possível receber pelo Natal, poderá ser pelo vigésimo sétimo aniversário.
Claro que há um milhão de outras coisas que eu gostaria de receber, mas hoje compilo uma listinha de apenas três items, mais dispendiosos:
 
 
Eu adorava ter um Iphone... algo me diz que este será um presente já garantido! Ieeiii!
 
 
Um Ipad também é algo que me faz falta e gosto
 
 
Para quem não posso gastar o valor do Ipad, por um bocado menos (bem menos!) pode sempre optar por umas galochas da Hunter, para me animarem nos dias chuvosos... há vários modelos, mas eu prefiro mesmo o modelo mais simples e em preto. Coisas de rapariga discreta...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Happy birthday

Hoje o rapaz faz anos.
Parabéns amor.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Smells like Christmas

 
 
 
Detalhes da bonecada:
 
 
 
 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Jean Paul Gaultier

Não pude fotografar as jóias da Cartier porque era proibido (cada peça linda, ó tão linda, de babar...) mas a do Jean Paul Gaultier podia-se.
Não gosto deste criador, aliás, não gosto de criador nenhum que seja maluco e não entenda que a roupa é para se usar. Coisas malucas que não se pode levar à rua para mim não servem. Houve apenas dois ou três vestidos que gostei e que usaria sem problema, tudo o resto... too much madonna...

Estes são os amalucados, tão tipicos de Gaultier:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estes são os que gostei e que usaria sem qualquer problema:
 
 
 
 
 
 

Madrid

Estive em Madrid este fim de semana, fui sábado às oito da manhã e regressei domingo às cinco da tarde. O motivo foi cultural, fui ver as exposições de Gauguin e das jóias da Cartier no Museu Thyssen e a exposição de Jean Paul Gaultier na Fundação Mapfre. Como houve um tempo morto entre uma e outra exposição, vi a coleção permanente do Thyssen, três andares de pintura, do mais antigo ao mais contemporâneo. Na Fundação Mapfre deu ainda para ver a exposição Retratos, cedida pelo Museu de Arte Moderna do Centro Georges Pompidou, de Paris.
Foram dois dias extremamente cansativos, a andar a pé para todo o lado, mas muito bons. Não estava frio nenhum, tem estado muito mais em Lisboa, felizmente não choveu. No sábado à noite eramos para ter ido jantar ao Mercado de San Miguel, mas depois de um dia a andar, as pernas não aguentariam um jantar em pé e a levar encontrões, pelo que fomos jantar à Casa Botín, o restaurante mais antigo do mundo, segundo eles se gabam, e onde se come um cuchinillo (leitão) maravilhoso. Já lá tinha comido quando tinha 11 anos, pelo que não me lembrava de nada.
Apesar de já ter ido a Madrid algumas vezes, não posso dizer que conheço bem a cidade, porque não conheço. Sempre que vou é por pouco tempo, geralmente fins de semana. Madrid é uma cidade tão grande, e tão grandiosa. Gosto muito. E nota-se um civismo por parte das pessoas em geral que não vejo por cá. Também não tive tempo para andar em shopping spree, fui apenas ao mercadinho de natal da Plaza Mayor e entrei numa Zara para ver o se o preço de um casaco que ando a namorar era igual ao de cá, e saí de lá com um blazer. Ridiculo em Espanha a única loja onde entrei ser uma Zara, mas enfim...
Agora estou inválida, doem-me as pernas desde a anca até ao tornozelo. Mas estou também reequilibrada, uma escapadela de Lisboa de vez em quando faz muito bem à alma. Porque é fora que vemos que Lisboa, cidade que adoro, é pequena e tão provinciana...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Kaddish

Hoje tenho que ir a um velório. Já é o segundo num mês e o quarto num ano.
Como diz o meu namorado, estamos a ficar profissionais em velórios e funerais.

Bad review

Há duas semanas resolvi cortar o cabelo. Como já era fora de horas, tive que optar por um cabeleireiro de centro comercial, sendo o que mais jeito me dava era o Jean Louis David, dos Armazéns do Chiado. Nunca tinha ido a nenhum deste tipo, sou frequentadora de cabeleireiros de bairro, baratinhos, porque acho que pagar o triplo pelo mesmo resultado é uma parvoíce. Mesmo que não fique genial... é só cabelo, volta a crescer, no big deal for me...
Escrevo isto então para dizer que o Jean Louis David, para mim, foi uma visita sem volta. Não gosto de pessoas mandonas no que diz respeito a prestar serviços. Se eu vou pagar um serviço, eu é que sei o que quero que seja feito. No dito espaço, começaram por dizer que o corte que eu queria não mo podiam fazer porque têm que seguir o livro de cortes da marca; pedi para cortar com tesoura, disseram que não podia ser, porque o livro de cortes da marca só autoriza corte com máquina (aqui senti-me um rapazinho, a ir à máquina zero); e quando expliquei como queria que penteassem, disseram que não são seguidores do estilo arrumadinho mas sim do ar "despenteado rebelde", pelo que não me esticaram convenientemente o cabelo, sendo que no dia seguinte já ninguém diria que fui ao cabeleireiro, porque tinha o cabelo tal qual acabada de acordar.
Acho que quem paga é que sabe o que quer que lhe seja feito. Pagar e não fazerem nada do que foi pedido é frustrante. Portanto, Jean Louis David é, para mim, um grande NÃO!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

1 semana, 1 livro

Tenho alguns escritores de eleição, uns poucos, cuja obra tento ler por inteiro e de forma cronológica. Alguns livros são dificeis de encontrar, não há nas livrarias, não há em venda online. Mas lá os vou caçando nos alfarrabistas e nas feiras de velharias. Ou ponho os amigos de sobreaviso, para se virem tal titulo, mo guardarem. E desta forma já consegui todos os livros de Leon Uris; só me falta um, o Trinity, mas que acredito ainda me cruzar com ele e levá-lo a morar na minha estante.
Leon Uris é um escritor americano que faleceu em 2003; nao conheço muita gente que o conheça, que o tenha lido, o que me causa espanto; não porque tenha sido famoso por aqui, creio que não foi, mas porque com certeza já muito boa gente se cruzou com os seus livros e não lhes deu uma oportunidade. A perda é sempre dos leitores. Leon Uris é só, e completamente, um escritor perfeito, um contador de histórias que emociona, educa, ensina.
Estou a reler o Exodus, livro que li pelos 16 anos pela primeira vez; é um dos melhores livros que já li e cuja releitura é obrigatória a cada 5 anos. Assim como o Mila 18, o Grito de Batalha, o Armagedão, a Passagem de Mitla, as Colinas da Ira, ...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

4ª semana


O primeiro livro policial que li e que me fez apaixonar por este estilo literário.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Nunca me vou esquecer daquele aniversário do meu ex-namorado, em que não tendo tido eu tempo de lhe comprar nada, resolvi transcrever um poema de Drummond de Andrade numa folha, para não deixar passar a data, e dei-lhe o papel com o poema escrito com tanto carinho, ele olhou para o papel e logo o enfiou no bolso das calças, e eu interpretei como querendo ele ler em casa, com calma, com mais significado, e os dias passaram e ele sem falar no poema até que um dia lhe perguntei se tinha gostado do poema e ele apenas me respondeu: "não percebo a tua letra".

Uma semana, um livro

O meu projecto actual é reler todos os livros que tenho em casa, um livro por semana. O prazo de uma semana pode ser alargado, consoante a grossura do livro, contudo até agora estou a conseguir respeitar. Vou na terceira semana, comecei ontem o terceiro livro. Agora que vivo mais longe do emprego e tenho uma linha inteira de metro para fazer, consigo dar grandes avanços na leitura. Tenho também ainda muitos livros por ler, mas prefiro primeiro reler tudo e só depois começar os novos.
O critério é seguir os livros pela ordem em que estão arrumados nas estantes, ou seja, não há critério nenhum.
O primeiro livro no projecto de reler todos os livros que já li foi o Mentiras no Divã de Irvin D. Yalom. Gosto muito de Irvin D. Yalom, muito mesmo. Gosto da maneira como escreve, dos temas que aborda, da construção das personagens, das noções de psiquiatria que ensina. Gostei tanto de o reler quanto já tinha gostado de o ler há anos atrás.


O livro que se seguiu, e por ser do mesmo autor, estava arrumado ao lado do Mentiras no Divã, foi Quando Nietzsche Chorou. Ó céus... que livro tão bom! Ainda melhor que da primeira vez que foi lido.


Ontem comecei o terceiro livro, também do Yalom, A Cura de Schopenhauer. Ainda só li quatro capítulos e é incrivel como, mesmo livros que gostamos imenso, varrem-se-nos da cabeça em alguns anos. Dos outros dois ainda tinha algumas coisas presentes, mas deste nada mesmo. Tão bom este meu projecto, temos tantas pérolas em casa e nem nos lembramos disso.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Kaddish

Invejo e admiro familias grandes, com muitos jovens e crianças, familias coesas, que gostam de passar tempo uns com os outros.
Infelizmente para mim, a minha familia sempre foi pequena, tanto do lado do pai como do lado da mãe. Para além de pequena, envelhecida. A minha bisavó dizia, aos seus cem anos, que esta nunca foi uma familia de crianças. Nem quando havia crianças, já que a sua máxima era que criança servia para ser vista e não ouvida.
Hoje, com grande pesar meu, a familia ainda encolheu um pouco mais... A cidade dos homens ficou sem um membro, a cidade de deus com uma nova habitante.
A dor da morte para os que ficam encurta a dor da vida aos que estavam a sofrer. Sabemo-lo bem e no fundo só nos podemos alegrar com a paz e o descanso que agora ela vai ter. Mas em nós ficam as saudades e a tristeza, e em mim em particular, ficam-me os remorsos. Remorsos de não ter sido mais, melhor. Remoo as vezes que me queixei e que apontei o quanto esta tia nos atrasava, nos prendia. E sei que fui injusta, que exigi demais de uma pessoa sem vontade.
O dia 11 sempre foi para mim um dia feliz, de boa sorte. Dia do meu aniversário e de marcos importantes da minha vida. Mas a partir de hoje, o dia 11 está ensombrado pela perda da minha tia. A primeira pessoa que me foi visitar à maternidade, no 11 em que nasci. E no 11 em que ela se foi, eu não estive lá.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Palpites?

Sintomas:
fome, aumento de peso, dor mamária, má disposição geral.

Alguém se atreve a adivinhar o diagnóstico?

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Porquê senhores, porquê?

Não me sai da cabeça a mousse de chocolate divinal que comi há duas semanas no La Finestra.

Momento má lingua

Tenho uma colega nova, que começou a trabalhar aqui há pouco mais de um mês.
Acontece que não gosto nada dela. É uma pessoinha desprezivel. Feia, balofa, arrogante, antipática e essencialmente uma grande saloia. Só me lembro de coisas feias para dizer dela.
Mas... quando estou a desfiar mentalmente a minha lista de defeitos que lhe encontro, lembro-me que a gaiata só tem 21 anos... coitadita, ainda não aprendeu nada. Ainda deve achar que o mundo laboral é um bar de faculdade. Há-de aprender que não.

I´m watching you

 
Últimamente ando a seguir algumas séries novas e a rever outras mais antigas. Resolvi voltar a ver o 24 desde a primeira série, e estou a gostar tanto quanto gostei há alguns anos atrás. Estou também a rever Downton Abbey para preparar a chegada da terceira série. Das novas que sigo, estou a gostar de Revenge e a adorar Homeland, talvez por me lembrar o 24. E aguardo ansiosamente pela chegada da nova série de Anatomia de Grey e Modern Family.
 
 
 

Já há algum tempo que não andava tão viciada na televisão como agora. Chego a casa do trabalho e deito-me no sofá a ver tudo o que o gravador do Meo guardou para mim. Como é que se vivia antes do gravador do Meo?!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Idem

Gosto de ser alta e gosto de saltos altos.
Raramente os uso, pelo motivo já explicado. Porque se sem saltos sou maior que toda a gente, de saltos não dou hipótese a ninguém.
Contudo, gosto de ver o mundo cá de cima... seja de cima dos saltos ou no trapézio.

Contradições

Gosto de ser alta mas não gosto de ser mais alta que toda a gente.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Divagando

Sempre achei ridiculas as pessoas que se referem a elas próprias como Dr/Dra. Exemplo do meu patrão, que se refere a ele próprio sempre como "sou o Dr. P." e que a mim só me dá vontade de me escangalhar a rir na cara dele. É demasiado absurdo. Os títulos são para terceiros nos tratarem, quando há um grau de hierarquias ou simples respeito e formalidade.
Eu não faço qualquer questão que me tratem por Dra., e sendo eu formada, assim deveria ser. E jamais me referiria a mim própria dessa maneira. O meu nome não inclui qualquer palavra começada por d. Mas em Portugal vivemos destas formalidades bacocas, que não significam nada nem incutem maior respeito nem responsabilidade.
Trabalho num sítio que é relativamente informal, onde temos a liberdade de tratar as pessoas informalmente e pelos nomes próprios, tanto dentro quanto fora da organização. Mas há pessoas de fora, tão cheias do seu umbigo, que ficam ofendidas com a falta do título, como se lhes fosse passado um atestado de incompetencia caso o doutor não preceda o nome. E o mais engraçado, é que essas mesmas pessoas não retribuem o favor... já disse que não faço questão de ser a Dra. M., mas a Dona M. é de fugir. M. é suficiente.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

The truth (?!)


Depois de grande reflexão, resolvi desistir de me apoquentar com questões de trabalho. Tenho um, paga melhor que a maioria dos trabalhos, ganho melhor que a maioria das pessoas da minha idade, ou até pessoas mais velhas. É verdade que é sempre mais do mesmo, não há margem de evolução nem espaço para criatividade. Mas também é verdade que não me traz chatices por aí além, que não tenho que levar trabalho para casa nem fazer serão. Vou aguentar-me por aqui mais uns dois anos e depois logo se vê. Porque ganhar mais também implica ter mais stress, mais preocupações. E talvez não valha a pena, por mais 100 ou 200 euros, ser uma escrava sem vida pessoal; e as minhas ambições são completamente pessoais, não tenho qualquer uma de âmbito profissional.
Feita esta reflexão, não me vou mais queixar. Descobri a luz!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Olha que esta

Qualquer dia estou a pagar para trabalhar, em vez de ser paga.
Raio de país.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Estudar

Terminada a pós graduação a 23 de Julho e com nota do trabalho final de 17 valores acho que não quero voltar a ser estudante. Já não tenho paciência nem vida para ter aulas de noite, para pesquisas e encontros de grupo de trabalho... Com um emprego a tempo inteiro, não há pachorra para isso.

Se eu voltar a falar em estudar, alguém que me lembre o quanto eu não queria voltar logo no final da pós graduação...
Secalhar está na hora de voltar a escrevinhar por aqui...

domingo, 8 de julho de 2012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Os eventos e as idades

O meu namorado pediu-me para o acompanhar a um velório amanhã de manhã fora de Lisboa, o que implica acordar cedissimo a um sábado. Já é o segundo velório a que vamos em um mês de namoro. Com ele não há casamentos nem baptizados, porque todos os seus amigos já são casados e pais; só há velórios e funerais. A isto eu chamo diferenças etárias!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Tanto tempo sem cá vir, tantas novidades a acontecer.

1ª novidade -  estou com namorado novo! E é tão bom namorado!
2ª novidade - estou quase a terminar a pós-graduação, já a fazer o projecto final de curso. E tanto trabalhinho me tem dado...
3ª novidade - vou mudar de casa! Depois de um ano e meio, está na hora de mudar novamente, para um poiso maior e melhor.
4ª novidade e a melhor de todas - ando tão, mas tão, feliz!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Eu nem sou de dizer palavrões

O meu computador portátil foi para o caralho.
Perdi tudo o que lá tinha.
Estou fodida.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia D

Hoje é o dia... a resposta está pronta para ser dita há muito tempo mas só hoje a pergunta vai surgir.
Há timings para tudo. Não podemos viver nem demasiado cedo nem demasiado tarde. Um novo capítulo vai começar. Prevejo muitas coisas boas para o futuro!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Shame

Trabalho num sítio onde as altas hierarquias não fazem ideia do que nós fazemos exactamente.
Há uma hora o meu director financeiro apareceu aqui com um TOC que vem trabalhar com a contabilidade e resolveu apresentar-nos ao dito senhor: "esta é a C. da contabilidade, este é o P. da logistica, esta é a M....que está aqui a alegrar-nos com a sua beleza". Pronto, o meu director financeiro não sabe o que eu faço nem sequer teve capacidade para inventar algum posto. Segundo ele, eu estou aqui a fazer o boneco! Antes fosse...

sexta-feira, 1 de junho de 2012

terça-feira, 22 de maio de 2012

O Amor dos homens

Na árvore em frente
Eu terei mandado instalar um alto-falante com que os passarinhos
Amplifiquem seus alegres cantos para o teu lânguido despertar.
Acordarás feliz sob o lençol de linho antigo
Com um raio de sol a brincar no talvegue de teus seios
E me darás a boca em flor; minhas mãos amantes
Te buscarão longamente e tu virás de longe, amiga
Do fundo do teu ser de sono e plumas
Para me receber; nossa fruição
Será serena e tarda, repousarei em ti
Como o homem sobre o seu túmulo, pois nada
Haverá fora de nós. Nosso amor será simples e sem tempo.
Depois saudaremos a claridade. Tu dirás
Bom dia ao teto que nos abriga
E ao espelho que recolhe a tua rápida nudez.
Em seguida teremos fome: haverá chá-da-índia
Para matar a nossa sede e mel
Para adoçar o nosso pão. Satisfeitos, ficaremos
Como dois irmãos que se amam além do sangue
E fumaremos juntos o nosso primeiro cigarro matutino.
Só então nos separaremos. Tu me perguntarás
E eu te responderei, a olhar com ternura as minhas pernas
Que o amor pacificou, lembrando-me que elas andaram muitas léguas de mulher
Até te descobrir. Pensarei que tu és a flor extrema
Dessa desesperada minha busca; que em ti
Fez-se a unidade. De repente, ficarei triste
E solitário como um homem, vagamente atento
Aos ruídos longínquos da cidade, enquanto te atarefas absurda
No teu cotidiano, perdida, ah tão perdida
De mim. Sentirei alguma coisa que se fecha no meu peito
Como pesada porta. Terei ciúme
Da luz que te configura e de ti mesma
Que te deixas viver, quando deveras
Seguir comigo como a jovem árvore na corrente de um rio
Em demanda do abismo. Vem-me a angústia
Do limite que nos antagoniza. Vejo a redoma de ar
Que te circunda - o espaço
Que separa os nossos tempos. Tua forma
É outra: bela demais, talvez, para poder
Ser totalmente minha. Tua respiração
Obedece a um ritmo diverso. Tu és mulher.
Tu tens seios, lágrimas e pétalas. À tua volta
O ar se faz aroma. Fora de mim
És pura imagem; em mim
És como um pássaro que eu subjugo, como um pão
Que eu mastigo, como uma secreta fonte entreaberta
Em que bebo, como um resto de nuvem
Sobre que me repouso. Mas nada
Consegue arrancar-te à tua obstinação
Em ser, fora de mim - e eu sofro, amada
De não me seres mais. Mas tudo é nada.
Olho de súbito tua face, onde há gravada
Toda a história da vida, teu corpo
Rompendo em flores, teu ventre
Fértil. Move-te
Uma infinita paciência. Na concha do teu sexo
Estou eu, meus poemas, minhas dores
Minhas ressurreições. Teus seios
São cântaros de leite com que matas
A fome universal. És mulher
Como folha, como flor e como fruto
E eu sou apenas só. Escravizado em ti
Despeço-me de mim, sigo caminhando à tua grande
Pequenina sombra. Vou ver-te tomar banho
Lavar de ti o que restou do nosso amor
Enquanto busco em minha mente algo que te dizer
De estupefaciente. Mas tudo é nada.
São teus gestos que falam, a contração
Dos lábios de maneira a esticar melhor a pele
Para passar o creme, a boca
Levemente entreaberta com que mistificar melhor a eterna imagem
No eterno espelho. E então, desesperado
Parto de ti, sou caçador de tigres em Bengala
Alpinista no Tibet, monje em Cintra, espeleólogo
Na Patagônia. Passo três meses
Numa jangada em pleno oceano para
Provar a origem polinésica dos maias. Alimento-me
De plancto, converso com as gaivotas, deito ao mar poesia engarrafada, acabo
Naufragando nas costas de Antofagasta. Time, Life e Paris-Match
Dedicam-me enormes reportagens. Fazem-me
O "Homem do Ano" e candidato certo ao Prêmio Nobel.
Mas eis comes um pêssego. Teu lábio
Inferior dobra-se sob a polpa, o suco
Escorre pelo teu queixo, cai uma gota no teu seio
E tu te ris. Teu riso
Desagrega os átomos. O espelho pulveriza-se, funde-se o cano de descarga
Quantidades insuspeitadas de estrôncio-90
Acumulam-se nas camadas superiores do banheiro
Só os genes de meus tataranetos poderão dar prova cabal de tua imensa
Radioatividade. Tu te ris, amiga
E me beijas sabendo a pêssego. E eu te amo
De morrer. Interiormente
Procuro afastar meus receios: "Não, ela me ama..."
Digo-me, para me convencer, enquanto sinto
Teus seios despontarem em minhas rnãos
E se crisparem tuas nádegas. Queres ficar grávida
Imediatamente. Há em ti um desejo súbito de alcachofras. Desejarias
Fazer o parto-sem-dor à luz da teoria dos reflexos condicionados
De Pavlov. Depois, sorrindo
Silencias. Odeio o teu silêncio
Que não me pertence, que não é
De ninguém: teu silêncio
Povoado de memórias. Esbofeteio-te
E vou correndo cortar o pulso com gilete-azul; meu sangue
Flui como um pedido de perdão. Abres tua caixa de costura
E coses com linha amarela o meu pulso abandonado, que é para
Combinar bem as cores; em seguida
Fazes-me sugar tua carótida, numa longa, lenta
Transfusão. Eu convalescente
Começas a sair: foste ao cabeleireiro. Perscruto em tua face. Sinto-me
Traído, delinqüescente, em ponto de lágrimas. Mas te aproximas
Só com o casaco do pijama e pousas
Minha mão na tua perna. E então eu canto:
Tu és a mulher amada: destrói-me! Tua beleza
Corrói minha carne como um ácido! Teu signo
É o da destruição! Nada resta
Depois de ti senão ruínas! Tu és o sentimento
De todo o meu inútil, a causa
De minha intolerável permanência! Tu és
Uma contrafação da aurora! Amor, amada
Abençoada sejas: tu e a tua
Impassibilidade. Abençoada sejas
Tu que crias a vertigem na calma, a calma
No seio da paixão. Bendita sejas
Tu que deixas o homem nu diante de si mesmo, que arrasas
Os alicerces do cotidiano. Mágica é tua face
Dentro da grande treva da existência. Sim, mágica
É a face da que não quer senão o abismo
Do ser amado. Exista ela para desmentir
A falsa mulher, a que se veste de inúteis panos
E inúteis danos. Possa ela, cada dia
Renovar o tempo, transformar
Uma hora num minuto. Seja ela
A que nega toda a vaidade, a que constrói
Todo o silêncio. Caminhe ela
Lado a lado do homem em sua antiga, solitária marcha
Para o desconhecido - esse eterno par
Com que começa e finda o mundo - ela que agora
Longe de mim, perto de mim, vivendo
Da constante presença da minha saudade
É mais do que nunca a minha amada: a minha amada e a minha amiga
A que me cobre de óleos santos e é portadora dos meus cantos
A minha amiga nunca superável
A minha inseparável inimiga. 

Vinicius de Moraes

Do fim

Ao longo dos últimos meses vim a descobrir uma grande necessidade de amar, de me entregar a uma adoração. Não a sentia na relação que tinha, apesar de, acredito, ter amado o meu ex namorado, faltava alguma coisa na nossa relação. Faltava empenho e vontade de ultrapassar limites, faltava tempo para apreciar mais a presença do outro e fazer coisas diferentes. E tudo isto foi desgastando o namoro, foi abrindo espaço a novas oportunidades, novas perspectivas.
Quando as pessoas já se conhecem demasiado bem, quando já não à espaço à novidade a tendência é a instalar-se a monotonia, a rotina no sentido negativo da palavra. Sou uma pessoa de hábitos, ao contrário da maioria, não me incomoda a mesmice de dias e actividades. Não questiono aquilo de que gosto e aquilo que me faz sentir bem. Contudo, há limites. A adoração que eu queria sentir tendia a não chegar e a fugir até. Orgulho-me dos três anos em que consegui me adaptar e não seguir o caminho mais fácil nem fugir do medo e do preconceito. Mas o caminho faz-se para a frente e ser adulto é saber reconhecer que tudo tem um fim. E que a seguir a um fim, há um novo principio, uma nova pessoa, uma nova vida de possibilidades. E eu, continuo aqui, a viver a minha mesmice confortável e feliz, e a esperar pela adoração que mais uma vez acredito poder encontrar. Porque ela faz sentido.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Rua da Amargura

A minha rua é longa e silenciosa como um caminho que foge
E tem casas baixas que ficam me espiando de noite
Quando a minha angústia passa olhando o alto.
A minha rua tem avenidas escuras e feias
De onde saem papéis velhos correndo com medo do vento
E gemidos de pessoas que estão eternamente à morte.
A minha rua tem gatos que não fogem e cães que não ladram
Tem árvores grandes que tremem na noite silente
Fugindo as grandes sombras dos pés aterrados.
A minha rua é soturna…
Na capela da igreja há sempre uma voz que murmura louvemos
Sozinha e prostrada diante da imagem
Sem medo das costas que a vaga penumbra apunhala.
A minha rua tem um lampião apagado
Na frente da casa onde a filha matou o pai
Porque não queria ser dele.
No escuro da casa só brilha uma chapa gritando quarenta.

A minha rua é a expiação de grandes pecados
De homens ferozes perdendo meninas pequenas
De meninas pequenas levando ventres inchados
De ventres inchados que vão perder meninas pequenas.
É a rua da gata louca que mia buscando os filhinhos nas portas das casas.

É a impossibilidade de fuga diante da vida
É o pecado e a desolação do pecado
É a aceitação da tragédia e a indiferença ao degredo
Como negação do aniquilamento.

É uma rua como tantas outras
Com o mesmo ar feliz de dia e o mesmo desencontro de noite.
É a rua por onde eu passo a minha angústia
Ouvindo os ruídos subterrâneos como ecos de prazeres inacabados.
É a longa rua que me leva ao horror do meu quarto
Pelo desejo de fugir à sua murmuração tenebrosa
Que me leva à solidão gelada do meu quarto...

Vinicius de Moraes

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ups

Acabei de ter um surto psicótico e rodei a baiana aqui no estaminé.
Foi bonito de se ver, adorava ter saído do meu corpo para me ter assistido a gritar e a virar as costas ao meu chefe. Pena que não me apercebi do todo nem da reacção dele.

While flying

Tu estás só e eu mais só estou
Tu que tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta


(...)

Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada


António Variações - Canção do Engate

sábado, 12 de maio de 2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Deixa-te levar pelo meu encanto*


Não há nada mais bonito e emocionante que a fase do encantamento por uma pessoa. Aquela fase em que estamos ainda a conhecer e a descobrir tantos aspectos que nos encantam. O que a pessoa tem de bonito e de diferente. E a esperança que a pessoa se torne a nossa pessoa. A minha pessoa, a que tenho estado à espera de encontrar. Ou a que, em boa hora, me encontrou. E encantou...

*Letra da música Corre, d´Os Azeitonas

terça-feira, 8 de maio de 2012

Faz dói dói

Gosto de achar que andava a passear pela vida, a saborear tudo o que me aparecia pela frente... ou esse era o plano. Mas fui apanhada na rede... Ele diz que ando num carrossel... e talvez eu esteja à espera que me puxe para fora e me cante baixinho ao ouvido "querida, mi vida...". Mas não estou no carrossel... estou no trapézio... mais uma vez.

Do dia da mãe

Não ligo nenhuma ao dia da mãe, do pai, da criança, dos avós, de carnaval, da páscoa, do natal, da hannukah e de ano novo. O único dia a que ligo e que acho que merece celebração são os aniversários. E felizmente tenho uns pais que entendem que eu não ligo e que como tal deixaram de me cobrar a atenção que supostamente se deve a eles nos seus "respectivos" dias.
Não estive com a minha mãe no domingo porque o dia da mãe são todos os dias enquanto as temos.
Não posso dizer que tenho a melhor mãe do mundo, tenho a que me calhou em sorte e que fez tudo o que podia, como sabia, para me fazer uma pessoa feliz. Assim como nunca me disse que eu sou a melhor filha do mundo, porque não o fui e seguramente continuo a não o ser. Mas sou a filha que lhe saiu e que se esforça, e tem esforçado, por ser boa, por não dar desgostos, por fazer as vontades que considero serem possiveis de fazer.
Eu não sou mãe e não quero ser mãe. Ou pelo menos durante os próximos dez anos. Talvez porque tive uma mãe que não queria ter filhos e que nos culpou por todas as boas oportunidades que podia ter tido e teve de deixar de lado para nos ter. Não tive uma mãe sempre presente nem uma mãe que estudava comigo e via os meus cadernos à procura dos tpc´s por fazer. Não tive uma mãe que me perguntava pelas notas dos testes ou por namorados. Mas tive, e tenho, uma mãe que é a melhor companheira de viagem, a melhor companheira de compras, a melhor confidente. E isto é tanto... é muito mesmo. Não tive a melhor mãe, mas tenho a melhor amiga.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Do drama


Honestamente não entendo as pessoas complicadas.

Todos já sofremos, todos já provocamos sofrimento. Faz parte do crescimento, de ser adulto.

Não é por isso que nos vamos fechar ao mundo e ao amor. Nem ao conhecimento e partilha.

Digo eu… eu não sou complicada!

I (heart) Trapeze

domingo, 29 de abril de 2012

While flying

Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que somando as compreensões, eu amava. Não sabia que  somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

Clarisse Lispector

terça-feira, 24 de abril de 2012

Tutorial parte III

Quando eu tinha 16 anos conheci um homem a quem chamava "paizinho" (nome de código entre amigas); este homem foi um grande professor naquela altura, era trintão e muito sabido e sei lá eu porquê resolveu que me ia ensinar sobre a vida e os homens. Muito lhe devo sobre as ideias que hoje tenho, sobre o cepticismo e a descrença total na primeira impressão que um homem grava em mim. Ensinou-me que quase nenhum homem é honesto na sua abordagem, quase nenhum está realmente interessado em saber sobre o que uma mulher pensa; são as fases normais da conquista. Sacrificios a fazer para se chegar ao ponto desejado. E que as mulheres se deixam convencer muito facilmente, acreditam no cordeirinho com uma facilidade idiota. Mas a coisa fundamental que ele me ensinou e que ao longo dos anos, desde os 16, tenho vindo a reparar ser totalmente verdade é que a sedução é inteiramente feminina. São as mulheres quem ditam o ritmo, quem dirigem a acção, quem permitem ou proíbem a aproximação e nisto os homens não têm qualquer capacidade de inverter. Nenhuma mulher é rejeitada durante muito tempo, pode não conseguir estar com o homem que querem mas há milhões de outros disponíveis. Já para os homens isto não é bem assim...
Mas assim como a sedução é feminina, também o romance é. E é aqui que as mulheres se espalham ao comprido porque não conseguem dissociar um caso de um amor, tendem a confundir, achar que todo o sexo bom é para namorar, que todo o homem de quem recebem atenção é para ficar. E não é.

Tutorial parte II

Acredito que grande parte das nossas acções são consequência da sorte. É mais fácil pensarmos que temos um relação directa no interesse que provocamos numa pessoa mas isso não é verdade. É sorte e circunstancialismos.
Se eu for abordada em determinada altura em que me sinto receptiva é bem provavel que aceite ser "cortejada". Mas a mesma pessoa pode encontrar-me numa altura completamente diferente e com a mesma abordagem não surtir qualquer efeito. Isto porque as técnicas de engate são meramente circunstanciais, i.e., raramente a mesma linha de pensamento pode ser usada com todas as pessoas. A umas elogia-se o modo como se apresenta e como se move, já a outras vamos pelo factor psicológico. Logo, não há uma regra nem um padrão definido de como engatar miúdas, caro P.! Conheço aquelas que adoram flirtar e aqueles que odeiam; as que se sentem à vontade e as que ficam inibidas; as que gostam de ser caçadas e as que gostam de ser elas a caçar.
Mas no fundo, tudo se resume a isto, os homens pensam que nos engatam... quem os engata somos nós!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Tutorial parte I

O P. sugeriu-me um tópico para eu divagar: Técnicas de Engate das Miúdas Solteiras do Séc. XXI.
Ora bem... eu não costumo engatar miúdas; já tive as minhas aventuras lésbicas e tal mas foram elas que me engataram a mim.
Mas no que diz respeito ao engate masculino... enfim, há diferentes abordagens possiveis. É uma questão de criatividade. O P. abordou-me num bar de Salsa convidando-me para dançar! Conheceu-me era eu uma miúda comprometida e fiel e então não teve sorte nenhuma. Ficou uma boa amizade, que acredita P., é bem melhor que um engate! Mas acredito que um bom engate é aquele que tem muito sentido de humor e inteligencia. Não é com frases feitas nem narcisismos que se consegue a atenção de uma miúda. A Isabel Allende diz que o ponto G fica nos ouvidos... as miúdas gostam de ouvir coisas bonitas! Gostam também de atenções e cuidados. Gostam de estimulação cerebral e um flirt inteligente. Agora se me perguntam como um homem pode fazer isso... não sei! Há homens e homens. Há aqueles que são naturalmente sacanas e mestres na grande arte do flirt e há aqueles que são timidos e reservados.

Hortifloricultura

P. .... fuck off!
Achas mesmo que sei alguma coisa a esse respeito?
Poupa-me!

All the single ladies

É oficial, estou de volta ao fabuloso mundo das solteiras e determinadas!
E como é bom... as saudades que eu tinha disto!

Dia Mundial do Livro

O livro que li mais vezes foi provavelmente o Sem Familia, de Hector Malot. Li-o com oitos anos pela primeira vez e todos os anos o reli. Dizem que é um livro para crianças, eu acho que é um livro para a vida toda.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Até já

Não tenho vontade de escrever.
Não tenho nada para partilhar. Mudanças aconteceram mas não me apetece partilhar.
Estou tão bem, tão leve. Não, não mudei de emprego (onde há empregos?!) mas o chefe tem andado um anjinho e isso melhora o meu humor. A pós graduação vai bem. Os amigos vão bem. Só não me apetece falar.
Qualquer dia isto passa.

domingo, 8 de abril de 2012

Já disse que amo Drummond de Andrade?

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

sábado, 7 de abril de 2012

Quoting

Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois. A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. E o mais independente também. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto
no exato ponto em que foi interrompido. Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras, é receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento. Não é sentir nem sentir contra. Nem sentir para. Nem sentir por. Nem sentir pelo. Afinidade é sentir com. Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar: apenas afirmar.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas.
Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram, foram apenas oportunidades dadas pela vida.

Artur da Távola

quinta-feira, 5 de abril de 2012

sexta-feira, 30 de março de 2012

Catday

Hoje o meu bebé gato faz um ano!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Da irracionalidade

Não há nada pior que o medo.
O medo é uma coisa completamente irracional. Não se controla.
Paralisa-nos o corpo e a mente. Não conseguimos olhar para além do objecto do nosso medo.
Mesmo que saibamos que não é algo assim tão mau. Mesmo que tenha solução.
As minhas fobias animais são a minha maior camisa de forças. Gelo ao ver um rato, uma barata ou uma lagartixa. Fico a tremer e com o coração disparado. Tenho pesadelos na noite seguinte a ver estas espécies.
Digamos que o meu gato, meu grande herói, mais uma vez mereceu este titulo, mais uma vez provou ser um grande caçador. Eu é que fiquei a hiperventilar horas a fio.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Sou completamente bipolar, nunca sei o que quero, nunca estou bem onde estou. Um dia quero emigrar, noutro quero continuar cá, num dia quero mudar de emprego, noutro vejo-me contente pelo que tenho. Não sei em que área quero trabalhar, são tantas possibilidades, tantas opções em aberto. O problema é a quantidade de oferta... a procura fica confusa.
Quero mudar de emprego porque estou cansada de fazer a mesma coisa há já três anos, porque quero ganhar mais, porque quero evoluir, porque quero mudar. Não quero mudar de emprego porque não tenho experiencia em quase mais nada que isto, porque tenho medo de arriscar, porque tenho medo de não conseguir, porque tenho medo de mudar para pior.
Dizem para se ter cuidado com aquilo que se deseja, porque pode realmente acontecer; mas eu nunca desejo a mesma coisa por mais que umas horas seguidas. Depois disso já estou com novas ideias e planos. E na realidade, vou ficando. Nada muda, nada evolui, aumento nem vê-lo, consideração e incentivo muito menos.
E se quando mudar (se mudar) me arrepender, a carga de trabalho e horas de trabalho aumentar consideravelmente? Mesmo que seja melhor remunerado, não me vou ressentir disso? E para onde vou emigrar? Para um país com uma lingua que eu domine ou completamente à aventura? E fazer o quê? Preciso de muita luz e talvez um bocado de terapia, está a querer parecer-me.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Um corta-tesão

Não há nada mais pavoroso que uma pessoa que não saiba falar e ou que não saiba escrever.
Com saber refiro-me a erros de oralidade e ortográficos. Quem nunca aprendeu a escrever não se inclui neste grupo, por motivos óbvios. Mas aqueles que andaram na escola têm obrigação de escrever sem erros.
Todos os dias leio barbaridades e ouço-as também. Pessoas que querem escrever em inglês, porque é mais cool, mas que não sabem como e então é um desfilar de disparates; pessoas que não sabem conjugar verbos; pessoas que não sabem o significado de certas palavras mas que mesmo assim a dizem, num contexto que não tem nada a ver com o pretendido.
O que torna tudo isto pior é quando até temos algum interesse numa pessoa enquanto ela está calada, porque quando abre a boca... temos vontade de fugir. Nunca me esqueço de um rapaz lindo que conheci há uns anos numa noite, era o ser mais perfeito que andava por Portugal; quando abriu a boca para nos falarmos, eu não caí redonda porque não calhou. Era só disparate e pontapés na gramática, uma vergonha, um grande imbecil. Há pessoas assim, que de tão bonitas que são, esquecem-se de se cultivar, acham que a beleza lhes sustentará tudo.
Um dos maiores corta-tesão que existe é uma fraca oralidade, erros vergonhosos e até imperdoáveis.
Excepção feita aos estrangeiros. Esses esforçam-se por falar noutra lingua, merecem desconto (mas não desconto eterno, ao fim de alguns anos já têm obrigação de saber falar e escrever sem errar).
Um dos meus grandes orgulhos é saber falar correctamente e adaptar-me a qualquer situação. Outro orgulho, que tenho vindo a desenvolver, é estar a aprender a calar-me, a perder aquela urgência em corrigir as pessoas, que costumava ter. Era mais forte que eu...

terça-feira, 13 de março de 2012

And more

Mala em tom caramelo Parfois
Clutch vermelha da Bijou Brigitte - na foto parece rosa mas é um vermelho muito vivo.
Estes dois presentes tiveram uma pequena comparticipação minha visto que foram trocas que fiz. A mala da Parfois foi troca de um lenço e a clutch foi troca de uns brincos. Foram, de qualquer forma, presentes!

More gifts


Mais alguns presentinhos que recebi e que gostei muito! A clutch da Casa Batalha é linda, é totalmente a minha cara, a J. acertou na mosca! Os produtos da Rituals também dão imenso jeito e têm um cheirinho óptimo. E o livro... os livros são a minha perdição!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Presentinhos, vinde a mim

Mala imitação pele de cobra da Parfois e relógio Swatch digital

Alguns livros - presente ideal para mim! Estes foram alguns dos presentes que recebi.

Ieeeec


Há mulheres que devem ser mesmo MUITO baixinhas... e há mulheres que devem ter um GRANDE desgosto por serem muito baixinhas.
Só isso explica haver tanta gente a usar os sapatos mais horrorosos que eu já vi na minha vida. Cada vez que os vejo o meu estomago encolhe-se de repulsa. Eu sei que há gostos para tudo... but come on... há limites para o ridiculo.

Vinte e seis mais um dia mantra


domingo, 11 de março de 2012

Fuck, I´m old!


E já lá vão 26...

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Sr. tem gato?

Contava eu como anda o meu gato ao meu primo brasileiro radicado na Suíça italiana por e-mail. Ele prontamente me respondeu. E gostei tanto da resposta dele que vou aqui colar o e-mail que ele me enviou. Delicioso!


Quanto a educação de gatos, você está falando com as pessoas erradas, veja so:
As duas gatas dormem em nossa cama, sendo que dormir é força de expressão pois ficam acordadas a noite toda, a Ana no meio de minhas pernas o que me causa paralizações da coluna vertebral e acordo uma dezena de vezes durante a noite. A Maria no começo da noite dorme abraçada comigo e eu engolindo pelos dela pois se encosta em meu rosto, sendo que após eu dormir ela vai a porta do armário e tenta abrir umas 4 ou 5 vezes todas as noite e nos acorda, com um barulho ritimado ao bater com as patas na madeira, sendo que a solução encontrada foi
colocar duas almofadas enormes encostadas da porta do armário assim dificulta um pouco, mas mesmo assim ela bate.( é nossa rotina levar as almofadas ao ir para cama)
Dentre as tentativas de indimidá-la, até a luz de I Phone ja foi tentada, mas acho que falta o aplicativo, Jobs for Cats, e não deu certo.
Não posso dormir com os pés descobertos, caso contrário a Maria me morde os pés e eu acordo com os dentes dela cravados neles. O limite delas é as 5 horas da manhã, além disso nos acordam, as duas com miados e artifícios como descrevo acima, e para não acordar a Hilda, eu levanto com as olheiras que você descreveu e as leva para fora, e uns 5 minutos depois
que elas estão fora do quarto, adormecem profundamente no sofá da sala e eu feito bobo a olhá-las e achá-las lindas.
Adicione isso ao fato de estarmos num apartamento que tem uma varanda grande que dá para o mato e então somos brindados com aranhas, uns escaravelhos estranhos e as vezes com um ratinho ou um passarinho na boca e para salvar o passarinho, começamos os dois( eu e a Hilda) a gritar, que qualquer dia vamos ser internados. Este ano consegui salvar dois deles, mas um terceiro, era pena do bichinho para todo lado.
Agora que começou a esquentar, chegarão nas bocas delas, largatixas que aqui se chamam ¨lucertole¨, ja sem rabo e ao escapar se escondem nas cortinas ou embaixo da cama, é um circo com as duas loucas em volta .
Li um artigo de um cronista brasileiro radicado em Londres chamado Ivan Lessa, que dentre outras coisas sôbre seu gato e gatos em geral, ele diz que quando um gato está no alto de uma árvore e chamam os bombeiros, a policia etc, está todo mundo errado, ele está lá em cima, e não desce porque não quer, simplesmente por isso.
Tem no Brasil uma psicologa de gatos, ou seja, Dra Hannelore ( tem no Google) uma ¨enganadora de trouxas¨, que uma vez que nosso gato passava muito mal em automoveis e vomitava liguei a ela, achando que ele teria algum medicamento ou faria alguma mâgica e a resposta dela foi, me traz o gato aqui ( eram mais de 30 kms dentro da cidade de distancia) que eu vejo o que posso fazer.
Concluindo, quanto a você deixar o Shia de castigo, estás perdendo seu tempo e se mortificando a tôa, deixa ele fazer o que ele quer e você vai levando a vida com as olheiras e se alguem perguntar o porque das olheiras, você devolve a pergunta, ¨o sr tem gato?¨

quinta-feira, 8 de março de 2012

?

Tenho um colega estranho. Pessoalmente mal me fala e quando o faz é hostil.
Mas está sempre a mandar-me e-mails engraçados e cómicos.
Não percebo.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Batedeira precisa-se

Ontem à noite, pela primeira vez na vida, fiz um bolo!
Saquei uma receita de bolo de cenoura na internet, fui ao supermercado comprar ovos, farinha, fermento, coisas que a minha cozinha nunca tinha visto, e puz mãos à obra. A receita mandava cozer no forno a 180º mas como sou marinheira de primeira viagem, achei por bem pôr menos temperatura para não esturricar o meu primeiro bolo. Cozi a 150º durante 50 minutos e... ficou perfeito! Talvez tenha sido sorte de principiante, não queimou nem ficou cru. Um sucesso! A ideia era depois abrir o bolo ao meio e barrar com nutella mas já não tive capacidade para isso, estava com o braço dormente de bater a massa e ralar as cenouras. Hoje trouxe para o escritório para as minhas coleguinhas, que adoraram! Critica muito positiva, incentivaram-me a continuar. Querem bolos todas as semanas, as gulosas. Agora preciso investir numa batedeira... é que bater massa à mão não é para mim.

sexta-feira, 2 de março de 2012