sexta-feira, 24 de maio de 2013

Fim da mudança de santa engrácia, que na realidade foi do lumiar

E pronto, está terminada a mudança!
Há uma semana que estou instalada numa bonita casinha numa das avenidas que mais gosto em Lisboa.
Até ao momento:
 - a localização não desilude; metro à porta; talvez um pouco barulhenta devido ao transito mas nada que umas boas janelas de vidro duplo não resolvam.
- o estendal da roupa é maravilhoso de tão grande que é; é um pouco assustador apenas a altura sobre a qual me debruço sempre que vou estender qualquer roupa.
- o patamar da escada tem a luz fundida, o que faz com que seja um pouco assustador meter a chave à porta em escuridão total.
- o gato conseguiu fugir para o telhado. Foi toda uma aventura e muito susto misturado para conseguir ir resgatá-lo lá acima.
- da minha janela da cozinha consigo ver a cozinha da vizinha do lado. O que faz com que ela também me consiga ver a mim. Durante as manhãs, em que estou feia, descabelada e de pijama.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Mudanças de Santa Engrácia

Andamos há três semanas em mudanças e ainda não temos previsão de quando estará tudo concluído.
Estou farta, fartinha de acartar sacos e saquinhos, caixas e caixotes.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Podia dar-me para pior

Quando começamos a procurar casas para nos mudarmos eu coloquei logo algumas condições: tinha que ser num bairro que ambos gostassemos; tinha que ser perto do metro; tinha que ser em Lisboa; tinha que ser uma casa relativamente nova; não podia ser em cima de restaurantes nem cafés.
Tenho horror a casas velhas. Então quer dizer, não vou mudar de cavalo para burro, não acham? Uma casa nova é outro campeonato. Tudo é mais bonito, mais limpinho, mais encantador. Mas as casas novas têm um grande inconveniente. Ou dois, vá: ou são em bairros periféricos, que nós não gostamos, ou se são no centro, como se quer, custam uma pequena fortuna. Então restou uma solução de compromisso: uma casa mais antiga mas completamente recuperada e nova por dentro. Mas em relação a ter restauração por perto era uma condição não negociável. Isto porque eu sei, mas sei mesmo, que restaurantes são uma nojeira e têm baratas à fartazana. Por mais desinfestações que façam, por mais vistorias da asae, por maior que seja o cuidado, não há nada a fazer. Conheço um senhor que tem um franchise daquela firma que faz desinfestações, cujos carros têm orelhas de rato, que me garantiu que é impossivel terminar de vez com as pragas, a bicharada acaba sempre por voltar a locais onde haja cozinhas.
O rapaz escarneceu longamente desta minha fobia e desta condição, que é um disparate, que as baratas não sobem até andares altos, que isto e que aquilo. Então encontrámos a casa que nos apaixonou, depois de vermos uma dezena de casas de fugir. Um andar alto, o último do prédio, com uma vista espectacular. Mas em cima dum café! Mas aí pensei: "eu sou um pouco paranóica, confesso, talvez as baratas não se dêem mesmo ao trabalho de subir seis andares, se existirem, ficam pelos andares mais baixos". E pronto, arrendamos a casa. Eu até disse à senhoria que no dia que visse uma barata nos iamos embora da casa, ao que ela me garantiu, de ar chocado, que nunca tinha visto uma barata por ali. Pois pois... não acredito em ninguém em relação a este assunto. Só eu sei o nojo que são casas velhas. Sim, vivi numa.
Ontem andava lá por casa, a fazer arrumações e a desimpedir o espaço para a montagem do sofá que vai chegar hoje, quando resolvo ir confirmar se as janelas estavam todas fechadas. Pois o que é que eu vejo na janela de uma das casas de banho? Um bicho castanho, de tamanho médio, com um ar repelente. Comecei logo a ver a minha vida andar para trás, a pensar que já não queria mudar para ali, que eu não merecia que aquilo me acontecesse. E depois de pensar nisto tudo, pensei que não me podia ir embora e deixar o verme ali ficar vivo. Mas aqui surgiu o problema: o rapaz estava fora de Lisboa, a trabalhar; o meu irmão estava no curso de inglês; a minha mãe tem tanto pavor de baratas quanto eu. Contudo, tinha que desabafar e liguei para a minha mãe, que se prontificou a ir lá de baygon na mão, ajudar-me na tarefa ingrata de eliminar o bicho. Sentei-me numa cadeira a olhar para ele, à distancia, a controlar que ele não saía de onde estava e esperei. Depois de quarenta minutos a fixar a janela, a mirar o invasor, a minha mãe chegou, munida com o baygon e um sapato para lhe dar as devidas cacetadas caso o baygon não fosse suficiente. Assim que o vê, começa a rir-se. Mas a rir-se mesmo. E eu pensei: "coitada, tem tanta fobia a baratas, que está a ter um surto histérico e está a dar-lhe para rir".
Não...
................................
................................
................................
................................
...............................
..............................
 
Não era uma barata. Era uma avoinha.
"Mas isto não é uma barata, é uma avoinha grande. Mas tu não viste que tem asas? Não é nada parecida com uma barata. És mesmo pateta."
 
Pois.... pois sou. Mas antes assim!




ADENDA:
Depois de falar com algumas pessoas, apercebi-me que avoinha é um termo que não existe. E que ninguém, para além da minha familia, pelos vistos conhece.
Então, o bicho, que para mim era uma avoinha gigante de asas, era na realidade uma espécie de borboleta preta grandalhona e de ar nojento, com asas (que eu não vi as asas porque ela estava parada e de asa fechada...).

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Medos

Viver com uma pessoa não é novidade, já vivi com o meu ex-namorado. Mas foi diferente, porque foi ele a vir viver na minha casa. Não precisei de me mudar. Era confortável dessa forma, para os dois, eu continuava a sentir que era a minha casa e ele estava mais perto de onde precisava estar. Era quase como ter um hóspede, apesar da partilha de tudo. E correu sempre muito bem. Desta vez é diferente e estou receosa. Ter de largar a minha casa, que adoro, assusta-me. Assusta-me muito. Não porque ache que vai correr mal e vou arrepender-me, mas porque não ignoro a questão de "e se me arrepender, fico sem tecto?".
Da primeira vez foi mais fácil porque ambos sabiamos que eu é que mandava em tudo e assim era confortável para os dois. Mas agora tenho que ceder e abdicar duma série de coisas. Tenho medo. Sim, tenho muito medo.