segunda-feira, 29 de abril de 2013

Now what?

Estou em oficialmente em mudanças.
Chave da casa nova na mão, limpezas concluídas, está na hora de começar a mudança propriamente dita. Ai que dores de costas...
Já despachei os meus livros todos para lá. Hoje ia buscar um livro para começar a ler no metro e... cadê eles? Nenhum! Nem um para amostra! Como agora só volto à casa no feriado, não vou ter nada para ler até quarta-feira. E como vou eu ficar três dias sem ler?! As minhas viagens de metro vão ser ainda mais entediantes agora.

As cenas dos pipis

Aqui no meu estaminé é frequente recebermos amostras de HPV de colheitas ginecológicas vindas de S.Tomé e Príncipe. Quando há uma remessa a chegar, avisam-nos para irmos buscar as malas/sacos ao aeroporto de Lisboa.
Hoje foi dia de voo de S.T.P. e o meu colega M. foi lá. Entrou aqui na sala com um saco grande e diz ele com um grande ar de repúdio: “isto é francamente nojento. É só cenas dos pipis”.
Não sei se fico mais chocada por ele utilizar a palavra pipi em público, se por estar enojado com pipis propriamente ditos.

terça-feira, 23 de abril de 2013

segunda-feira, 22 de abril de 2013

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Kaddish

"A propósito de elefantes, de todos os rituais fúnebres que as criaturas deste mundo excogitaram, sempre admirei o dos elefantes, que têm uma estranha forma de morrer, sabias? Quando um elefante sente que chegou a sua hora afasta-se da manada, mas não o faz sozinho, escolhe um companheiro que vá com ele, e abalam. Avançam pela savana, muitas vezes a trote, depende da urgência do moribundo... e caminham, caminham, podem fazer quilómetros e quilómetros, até o moribundo decidir que é ali que ele quer morrer, então dá umas quantas voltas e traça um círculo, porque sabe que chegou a hora de morrer, leva a morte dentro de si mas tem de colocá-la no espaço, como se se tratasse de um encontro, como se quisesse olhar a morte de frente, fora dele, e lhe dissesse bom dia senhora morte, cheguei... (...) e só ele pode entrar naquele círculo, porque a morte é um assunto privado, muito privado, e ninguém lá pode entrar senão quem está a morrer... e aí chegado pede ao companheiro que o deixe, adeus e muito obrigado, e o outro regressa à manada..." António Tabucchi, no livro Tristano Morre.
 
Ontem soube que uma pessoa minha conhecida se suicidou.
Acho que ainda estou em choque.
Mas, lá está, estas coisas da morte... não é só sermos escolhidos... também podemos escolher...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

De troucha às costas

again...
Vivi doze anos na Estefânea. Depois treze anos nas Laranjeiras. Depois um ano e meio no Campo de Santa Clara. Depois dez meses no Parque Europa. E parece que agora vou mudar-me outra vez.
A este ritmo, quando chegar aos cinquenta anos, já vou ter vivido em cem casas.
No inicio de maio lá vou eu fazer outra mudança, cada vez mais complicada, porque cada vez tenho mais tralha e mais móveis.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

That tear I shed for you...

Devo dizer que ser madrinha de casamento de uma das minhas melhores amigas é uma experiência que já me posso orgulhar de ter. Seria imensamente mais triste se não conhecesse (nunca) esta sensação tão boa que é partilhar todos os momentos do dia mais feliz de alguém e sentir-me parte importante no todo. Mas ao mesmo tempo da felicidade, sinto nostalgia e um pouco de perda também. Não basta ela casar, ela também vai viver para longe. O meu coração aperta-se ao pensar nisto. Não é longe como de aqui a ali. É longe mesmo, de implicar avião e casaco para frio polar.
Chorei quando me convidou para madrinha; chorei quando a vi entrar na igreja; chorei quando no fim da festa me despedi dela. Chorei no dia seguinte ao ver as fotos que amigos foram tirando da cerimónia. E tenho vontade de chorar só de escrever isto. A idade tem vindo a tornar-me chorona.
Choro porque estou feliz. E chorarei sempre, porque esta felicidade que agora conheço, não me largará nunca.