segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

While flying

Não será sempre assim...

Quando não for,

Quando teus lábios forem de outro; quando

No rosto de outro o teu suspiro brando

Soprar; quando em silêncio, ou no maior

Delírio de palavras desvairando,

Ao teu peito o estreitares com fervor;

Quando, um dia, em frieza e desamor

Tua afeição por mim se for trocando:

Se tal acontecer, fala-me. Irei

Procurá-lo, dizer-lhe num sorriso:

«Goza a ventura de que já gozei.»

Depois, desviando os olhos, de improviso,

Longe, ah tão longe, um pássaro ouvirei

Cantar no meu perdido paraíso.



E.E.Cummings

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Se isto é um Homem

«Aqui não há porquês, respondeu-me, empurrando-me para dentro à força. A explicação é repugnante, mas simples; neste lugar tudo é proibido.»

Primo Levi

sábado, 19 de fevereiro de 2011

While flying

No meu grande optimismo de inocente

Eu nunca soube porque foi... um dia

Ela me olhou indiferentemente

Perguntei-lhe porque era... Não sabia...



Desde então transformou-se de repente

A nossa intimidade correntia

Em saudações de simples cortesia

E a vida foi andando para a frente...



Nunca mais nos falamos... vai distante...

Mas, quando a vejo, há sempre um vago instante

Em que seu mudo olhar no meu repousa,



E eu sinto, sem no entanto compreendê-la,

Que ela tenta dizer-me qualquer coisa

Mas que é tarde demais para dizê-la...



Raúl de Leôni

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Casa nova com os amiguinhos de sempre


Quando chegou à altura de desfazer o meu quarto surgiu a dúvida de que amiguinhos levar; não queria uma casa infantil, cheia de bonecos mas também havia alguns dos quais não me conseguia afastar. Como o meu ursinho da Ralph Lauren que recebi com 12 anos, o meu cão que me deu o meu pai na última vez que estive doente, o meu hipopótamo que recebi ainda criança e uns quantos mais amiguinhos. São parte do meu percurso, bonecos que representam alguma fracção de tempo e história. Levei-os comigo porque guardar bonecos não é ser infantil, é a preservação das memórias de infância e do mais terrivel tempo que passei, a adolescência. E se agora sou mulher e vivo sozinha, foi com estes amiguinhos que aqui cheguei.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Casa nova, tranquilidade nova

Exactamente um mês depois de ter metido na cabeça que tinha de mudar de casa e viver sozinha, estou instalada numa alegre casinha de bairro popular quase totalmente equipada e muito confortável.
Fiz um contrato e uma mudança em tempo record, mais depressa que o Querido Mudei a Casa. Felizmente não precisava de obras, foi só comprar móveis e electrodomésticos; nesta altura só me faltam os cortinados, que estão a ser feitos nas costureiras.
Gosto tanto do meu espaço, chegar a casa e encontrar o silêncio, cada coisa no seu sitio, ora mais desarrumado ora menos, mas uma casa onde vive uma pessoa, uma casa com vida.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

sábado, 12 de fevereiro de 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Private

Casa nova estreada.
Em grande estilo!

Ano novo, finanças velhas

Não tinha noção de quanto custa montar uma casa: é vistorias do gas, mobilia, electrodomésticos, loiça, tecidos para cortinados... é um rol sem fim de pequenas coisas que somam muito no meu frágil orçamento.
Realmente em casa dos pais é só mordomias, não se faz nenhum, não há preocupações com nada nem trabalhos forçados. Mas também não há um sentimento de independência e responsabilidade como vivendo sozinha.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Paradise lost

Estou a ver o meu paraíso por um canudo... e sinto-me vazia ao imaginar-me sem ele. Para sempre.
Queria aprender a controlar as palavras que não são ditas na altura certa, a contornar os silêncios desconfortáveis, a enterrar o orgulho quando ele me grita para ficar sossegada, que tudo a mim chegará por si.
Não chegará não. Ainda não nos magoamos o suficiente para isso.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Keep them coming

Há dois anos que sou a feliz funcionária de uma nobre fundação de cooperação para o desenvolvimento.
E nestes dois anos fui eu quem mais se desenvolveu. Houve dias terriveis, de cortar os pulsos mas também dias de extrema felicidade. A balança tende a pender para a satisfação.
Keep the days coming with joy at work.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011