quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Divagações numa tarde em que, como tantas outras, não me apetece trabalhar #2

Dizia eu ontem que 2008 é o ano que me lembro com maior facilidade e o mais importante.
Porque em 2008 recuperei a vontade de viver (ai o drama...), porque percebi que não faz mal ter desgostos, haverá sempre coisas boas a fazer-nos esquecer, porque efetivamente preenchi a cabeça e o corpo com uma série de amigos novos e experiencias novas que me ajudaram a sair da fossa.
E porque, a meio do ano de 2008, me apaixonei pela segunda vez.
 
No inicio do ano, e em plena fossa que já durava há cerca de dois meses, tive a feliz ideia de aceitar o convite para sair de um amigo dos tempos da escola, com quem nem me dava muito mas com quem ia falando pela internet. Ganhei coragem para sair do marasmo e fui. E foi maravilhoso, não por essa noite em si mas por todas as noites que se seguiram a essa, devido aos amigos fantásticos que ele me apresentou. Conheci mais gente nesses primeiros meses que em vinte e tal anos, porque uns amigos trazem outros e todos se tornaram amigos. E todas as noites havia festas, jantares, cinemas, tudo e tudo.
Chamo 2008 o meu ano sabático porque foi o ano, pelo menos a primeira metade, em que me esqueci de mim e me dei aos outros. Em que recuperei a alegria e a vontade de fazer coisas. Em que me ri e ri e experimentei coisas e fui a sítios nunca antes pensados. Ano sabático porque vivi as vidas dos outros e não a minha, que era triste mas começava a deixar de ser.
Comecei o voluntariado com os animais e com os idosos, comecei a trabalhar como hospedeira e a receber os primeiros dinheiros e comecei a ver-me mais como mulher e menos como menina. Os meus 22 anos foram espetaculares! Foi o ano que fui à Holanda para o Queensday com um amigo em que só fizemos disparates alucinógenos. Foi o ano que fui dois meses para Israel, que foi só a viagem da minha vida. Foi o ano em que fui à Jamaica e descobri a maravilha que são as Caraíbas e onde me apaixonei pela segunda vez. A meio do ano 2008 estava completamente curada do R. Já nem me lembrava que ele existia e que há um ano era tão feliz junto dele.
2008 foi também o meu último ano cheio de tempo livre e sem preocupações. Queimei todos os cartuxos de uma vida académica sem pressões, sem preocupações, cheia de férias e tempo para tudo. Em 2009 comecei a trabalhar e tudo mudou.

2 comentários:

Anónimo disse...

Tão bom estares a escrever outra vez!
Acabei por não fazer o blog. Seria um blog demasiado aventureiro (ahah)e não me sentiria à vontade para escrever lá.
Mas a minha estadia está a ser óptima.
Não sabia que tinhas estado cá no Queenday !!! Eu estive no Queensday de 2012.
Agora é Kingsday (a Rainha abdicou...). Por isso, Abril promete =D

Continua a escrever que eu, e todos os outros, estaremos aqui deste lado a ler.

Inês

M. disse...

Inês!
Acho mesmo que devias criar o blog, há sempre dicas e curiosidades que só os "locais" conhecem e que bom é quando partilham essas aventuras connosco, os outros!
Em que cidade estás? Já estive duas velhas na Holanda e conheço algumas cidades, é um país fantástico, gosto do ambiente e do espirito holandês.
Pensa nisso! E se avançares, avisa, para poder seguir essas aventuras :)