segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Homem (im) perfeito

Toda a gente sabe que não existem relações perfeitas. Uns dias são melhores que outros ou até mesmo um único dia pode ter momentos extremamente bons e imensamente maus. Também toda a gente sabe que os homens têm comportamentos estranhos e irritantes. Não tenho a pretensão de conhecer todos os comportamentos de todos os homens, deus me livre disso, mas de um certo homem possuo já um conhecimento  aprofundado. E ele, se tem aspectos muito queridos, também os tem muito irritantes.

Alguns, a saber:

  • Eu gosto de ver uma novela, ele não gosta. Ele gosta de desporto, eu não gosto. Quando ele está a ver desporto na televisão, eu aceito que está a ter prazer naquilo e como até temos mais que uma televisão, se houver algo que eu queira mesmo muito ver, mudo de divisão. Mas ele não! Se eu estou a ver a novela, e quase sempre que estou, lá vem ele dizer que quer ver o telejornal, pergunta-me se tenho mesmo que estar a ver a novela naquela altura. Até aqui tudo bem, realmente posso ver noutra altura, porque vejo sempre gravado, nunca em directo. O irritante é que ele não quer ver nada! Só não quer que eu veja a novela; só isso explica trocar de canal de cinco em cinco segundos e não ver nada de concreto;
  • Ele cozinha maravilhosamente bem e é o cozinheiro oficial lá de casa, porque eu sou uma nódoa. Mas é praticamente só isso que faz. Com o agravante que sempre que vai cozinhar, ou seja, quase todos os dias, suja o fogão todo. Nunca o vi cozinhar nada sem que o fogão ficasse sujo. Mas limpar... tá quieto! Quem tem que acabar a esfregar fogão, frigorifico, bancas, mesa, sou eu. Um dia disse-lhe para pelo menos por a louça suja na máquina. Acatou o pedido, mas não lhe passou pela cabeça que a loiça tem que ser raspada e passada por água antes de ir para a máquina. Ou seja, punha a loiça cheia de comida agarrada na máquina. Isto deixa-me p... da vida.
  • Sempre que o caixote do lixo está cheio, tenho que o lembrar de levar o lixo para a rua. Houve um dia que perguntei porquê que não levou a reciclagem também para baixo, ficou ofendidíssimo comigo durante horas, porque eu em vez de reconhecer que ele levou o lixo, "critiquei" que não levou a reciclagem. Eu só perguntei... acho que foi uma pergunta legitima... não?
  • Temos visões muito diferentes do que são prioridades e isto relaciona-se muito directamente com o dinheiro. Para mim há gastos absolutamente supérfluos, concretamente, em determinados alimentos. Já ele acha que eu sou forreta porque não quero gastar em queijos ou vinhos... Mas se eu compro alguma coisa para a casa, porque vai ser útil ou porque vai ficar bonito, ele acha que eu sou gastadora.
  • Ele não liga a decoração, até aqui tudo bem, a maioria dos homens não liga. Então sou só eu quem compra coisinhas para a casa, porque gosto de estar num ambiente bonito e confortável. E sempre que lhe vou mostrar o que comprei, a resposta é sempre a mesma: "é bonito, mas para quê que serve?". Serve para me fazer feliz, serve para ser admirado, serve para uma série de coisas, não é óbvio?
  • Eu não tenho preconceitos praticamente nenhuns e apoio todos os temas controversos, como adopção ou casamento do mesmo sexo, para dar dois exemplos. Já ele é um bocado preconceituoso com essas coisas. Ainda acha que tatuagens são coisas de marginais. Então é certo que quando um tópico desses calha na conversa, vai haver desentendimento. Não porque eu o queira convencer a partilhar as minhas opiniões, que eu não tenho pachorra para catequizar ninguém, mas porque ele não aceita qualquer opinião contrária àquilo que acha.

Poderia continuar por aqui fora, que a lista ainda vai a meio mas não quero passar a imagem duma pessoa má, que não é de todo verdade. É um homem extremamente bondoso, generoso, amável. Só que, lá está, ninguém é perfeito. Eu também tenho os meus defeitos. Só tenho a sorte de ninguém (ainda) os ter passado a escrito!

2 comentários:

Anónimo disse...

É a beleza das relações. Muitas vezes, esses defeitos irritam; outras vezes, deslumbram. É um jogo de cintura muito interessante.

Mas sim, realmente deixar pacotes vazios de bolacha na despensa ou a "prata" do "take away" na bancada da cozinha em vez de no lixo é absolutamente impensável (falando por experiência própria).

Continua o bom blog.

Ass: Inês

M. disse...

Obrigada!
Concordo com tudo.