terça-feira, 29 de novembro de 2011

A facilidade com que nos acostumamos a determinadas coisas é assustadora. Acostumamos ou acomodamos, tanto faz.
É o emprego que já não nos interessa mas que não conseguimos largar, é a relação que já está nas últimas mas que insistimos em manter, são os pequenos e grandes fretes que temos que fazer por terceiros, porque é o que se espera que façamos. Porque se não os fizermos, somos egoístas. Se largamos o emprego, somos irresponsáveis. Acomodamo-nos a tantas coisinhas que só nos fazem mal, que não nos trazem nada de novo e muito menos felicidade, que deveria ser o mote para tudo quanto se faz. Sabemos de tudo e queremos tudo e não fazemos nada por medo, ou por preguiça, ou por incapacidade de simplesmente fazer alguma coisa. E vamos ficando pequenas lontras, enfadadas, entediadas e até, infelizmente, frustradas.
Fala-se muito por aí da frase do ano "mudar de vida" mas e a coragem para isso? E a capacidade e entusiasmo? Essas vão-se pela sanita abaixo, juntamente com os sonhos e as vontades. Somos seres de hábitos, é verdade, mas essencialmente somos seres de medo - medo da solidão, da perda, da pobreza e de tudo o resto.

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