sexta-feira, 16 de março de 2012

Um corta-tesão

Não há nada mais pavoroso que uma pessoa que não saiba falar e ou que não saiba escrever.
Com saber refiro-me a erros de oralidade e ortográficos. Quem nunca aprendeu a escrever não se inclui neste grupo, por motivos óbvios. Mas aqueles que andaram na escola têm obrigação de escrever sem erros.
Todos os dias leio barbaridades e ouço-as também. Pessoas que querem escrever em inglês, porque é mais cool, mas que não sabem como e então é um desfilar de disparates; pessoas que não sabem conjugar verbos; pessoas que não sabem o significado de certas palavras mas que mesmo assim a dizem, num contexto que não tem nada a ver com o pretendido.
O que torna tudo isto pior é quando até temos algum interesse numa pessoa enquanto ela está calada, porque quando abre a boca... temos vontade de fugir. Nunca me esqueço de um rapaz lindo que conheci há uns anos numa noite, era o ser mais perfeito que andava por Portugal; quando abriu a boca para nos falarmos, eu não caí redonda porque não calhou. Era só disparate e pontapés na gramática, uma vergonha, um grande imbecil. Há pessoas assim, que de tão bonitas que são, esquecem-se de se cultivar, acham que a beleza lhes sustentará tudo.
Um dos maiores corta-tesão que existe é uma fraca oralidade, erros vergonhosos e até imperdoáveis.
Excepção feita aos estrangeiros. Esses esforçam-se por falar noutra lingua, merecem desconto (mas não desconto eterno, ao fim de alguns anos já têm obrigação de saber falar e escrever sem errar).
Um dos meus grandes orgulhos é saber falar correctamente e adaptar-me a qualquer situação. Outro orgulho, que tenho vindo a desenvolver, é estar a aprender a calar-me, a perder aquela urgência em corrigir as pessoas, que costumava ter. Era mais forte que eu...

1 comentário:

PP disse...

Tal e qual como nos sentimos quando encontrarmos uma miúda toda gira numa festa, pedimos para dançar e ela responde: “Não gosto, para mim é mais moche e rocalhada…”