quinta-feira, 2 de junho de 2011

A aldeia

Moro no coração de Lisboa e contudo sinto-me na aldeia.


A minha rua é do mais provinciano possivel, as velhinhas na rua a bisbilhotar, a tratarem das plantinhas, os miúdos a brincarem com bolas descalços, os vizinhos a controlarem todos os movimentos. Vim parar a uma realidade completamente distinta daquela a que estava habituada. E se acho castiço na maior parte das vezes, noutras acho chato este controlo de quem entra e sai de minha casa, deste bichanar a meu respeito.


Mas hoje o castiço ganhou mais uns pontos: a vizinha velhinha do prédio da frente veio oferecer-me um manjerico para pôr na minha janela, e trocou a minha borracheira já morta por uma planta nova, que ma plantou no vaso e até pôs pedrinhas em cima da terra para ficar mais bonito. Fiquei comovida. Onde eu vivia ninguém oferecia manjericos, ninguém se preocupava se as plantas dos outros estavam mortas, ninguém queria saber de nada.


Hoje a velhinha "da aldeia" comoveu-me com um gesto tão simpático, que eu julgo não merecer, já que não lhes dou qualquer tipo de conversa nem atenção.

2 comentários:

António Vieira da Cruz disse...

Gosto!

Margot disse...

Também gosto!
Para o ano por esta altura... Marchas!