No meu grande optimismo de inocente
Eu nunca soube porque foi... um dia
Ela me olhou indiferentemente
Perguntei-lhe porque era... Não sabia...
Desde então transformou-se de repente
A nossa intimidade correntia
Em saudações de simples cortesia
E a vida foi andando para a frente...
Nunca mais nos falamos... vai distante...
Mas, quando a vejo, há sempre um vago instante
Em que seu mudo olhar no meu repousa,
E eu sinto, sem no entanto compreendê-la,
Que ela tenta dizer-me qualquer coisa
Mas que é tarde demais para dizê-la...
Raúl de Leôni
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