quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ballet pra vida e bola pra frente

Ideias soltas, palavras perdidas, leve bater das asas, o tudo no nada.
Palavras, palavras e letras e memórias ainda.
Estrelas perdidas, luas que me deste, tu ainda, sempre tu para sempre.
Onde andas? Que sentes, que queres, que fazes?
Música esquecida, piano arrumado e o ballet para a vida... restou só a bola para a frente.
Sinto, sinto tudo e sinto muito que tenhas ido para algum paraiso perdido.
Não choro mais, não choro há muito tempo, as lágrimas já secaram, já acabaram. Tu não choraste na despedida; um homem não chora? Olhos azuis e verdes, probabilidades, olhos azuis são lágrimas. Foram mas secaram. Não sei já chorar e já não há nada a chorar. Mas chorei muito, como se cada lágrima fosse uma palavra soletrada a formar um código de palavras molhadas que perdi no fundo da alma.
A vida aconteceu no entretanto e não te disse adeus nem me disseste tu adeus. Para quê? Não iamos a lado nenhum, era só um intervalo de anos até ao reencontro. Mas fomos, já não somos, não voltaremos a ser.
Confesso-me culpada, confesso a ingenuidade de achar que estarias sempre ali, sempre presente, sempre meu. Mas a vida aconteceu e eu só posso dizer que estou grata.
Já procurei fórmulas mágicas do amor... depois do entretanto em que a vida vai acontecendo, tenho procurado só curas mágicas para a ressaca e a espera.

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