segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Listen to your heart

Toca neste momento na rádio o Listen to Your Heart, dos Roxette e imediamente me vem à cabeça que foi com esta música que dancei o meu primeiro slow, numa discoteca improvisada num colégio interno na Inglaterra, com o basco Mikel.
 
Ele tinha 13 anos e eu tinha 11 e ele era muito feio, como quase todos os espanhóis mas aos 11 anos quem é que liga a isso ou pensa sequer em beleza? Dançámos o slow e depois a música terminou, ele queria dançar mais mas eu fugi dele.
 
Correspondemo-nos por carta durante cerca de dois anos, até que perdemos o rasto um do outro. Ainda sei de cor o nome da sua rua de Madrid. 
 
Não consigo deixar de me perguntar se, ainda hoje, será feio. Ou se se tornou bonito.
Ou se também se lembra do nosso primeiro slow, há tantos anos atrás.

1 comentário:

Anónimo disse...

Perder o rasto de uma pessoa deixa sempre este rasto.
Quando era bem pequenina (5 anos, acho eu), tive um colega de escola da Colômbia. Ele tinha uma paixão (assumida, e não conjetura minha) por mim. Não era bonito, mas éramos muito amigos. Mesmo com a barreira linguística. Os miúdos lá se entendem.

Quando voltou para o seu país, ainda me escreveu, com grandes declarações. Com o passar dos anos também lhe perdi o rasto e muitas vezes penso nele. O que será dele, lá tão longe? Será que ainda existe? Bem sabemos que as condições de vida por aqueles lados não são as melhores...

Ficam as memórias e as saudades. Mas muitos são os casos em que Isto me acontece.

Hoje, tenho um amigo no México. Grande amigo. Faço por falar com ele de quando em quando. Para não acontecer o mesmo. E talvez um dia dê finalmente um pulinho ao sul das Américas.

Inês