sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O fusuê

Não entendia o alvoroço em torno do livro As Cinquenta Sombras de Grey, quando ouvi falar dele pela primeira vez, no verão passado. Quando estava no aeroporto à espera do voo para a Tunisia, no fim de Julho, vi o livro na papelaria e este vinha com um post it amarelo que dizia qualquer coisa como sendo aquele o livro que toda a gente falava. Na altura não me suscitou nenhuma curiosidade e nem sequer peguei nele. Fui continuando a ouvir o burburinho, as criticas positivas e negativas até que resolvi ir investigar o motivo do fusuê...
Já li o primeiro volume, vou agora a meio do segundo. Em primeiro lugar, é um livro que se lê bem, estilo novela, onde não se pensa demasiado em absolutamente nada. Sim, tem sexo aos montes, mas no estilo erótico acredito que haja obras muito melhores. O livro, ou a trilogia (se bem que ainda não li o terceiro) são muito infantis; têm inconsistências e factos improváveis. Básicamente é uma rapariga de 21 anos que se acha feia e desajeitada, sempre a admirar-se com a atenção que recebe, sempre a questionar-se, sempre a ser uma verdadeira chata. É um tipo "podre de bom", "lindo", "maravilhoso", "bla bla bla", que é passado dos cornos e gosta de acorrentar e açoitar a rapariga. E não passa disto. A rapariga era virgem mas logo na primeira vez tem três orgasmos (... alguém acredita que isto é possivel?), e não há vez nenhuma que não os tenha. Altamente improvável, certo? O gajo é multimilionário e leva-a a andar de helicóptero, planador, catamaran, uma frota inenarrável de carros... e é isto. O livro não tem muito mais. Tem os suspostos dramas de vida dele, que se vão sabendo a conta gotas, como que para encher chouriços, tem descrições imensas e ocas dos sentimos dela por ele e da falta de retribuição dele por ela e tem imensas semelhanças com a saga dos vampiros patetas, o Crepúsculo.
Em todo o caso estou a gostar de ler, porque de facto são livros fáceis de ler e que prendem pela novela que se desenrola sem nos levar praticamente a lugar nenhum. É uma leitura leve, boa para férias ou, no meu caso, para principios de noite, enquanto o sono não chega.

Sem comentários: