segunda-feira, 18 de julho de 2011

Africando

As festas africanas não têm nada a ver com as festas europeias.


Não vou dizer que são piores nem melhores, apenas diferentes. Ou as festas europeias podem assemelhar-se um pouco às africanas, com o actual boom de kizomba. Mas as festas africanas são todas as mesmas, sempre iguais. Nas festas africanas, todos cuidam dos filhos de todos, não há aquela ideia de que quando o menino começa a guinchar há que passá-lo aos pais, para nos poupar os ouvidos. Não, ali todos têm colo e carinho para as crianças todas; ali não há o conceito de "visita", todos vão ao supermercado quando a cerveja começa a faltar, todos vão para a cozinha fazer os petiscos e limpar e lavar, todos falam muito alto e riem muito, e a música está sempre a tocar e com certeza toda a vizinhança das festas africanas consegue ouvir a música e os risos e as conversas sem perceberem nada, porque nas festas africanas só se fala o crioulo, o português apenas é usado com as crianças ou os estrangeiros.


E a estrangeira, eu, faço questão de estar presente, mesmo sem entender patavina, mesmo triste por não poder rir-me também das graçolas, porque tudo compensa quando o ouço dizer-me que nada o faz mais feliz que me ver à vontade no "seu mundo".

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