quinta-feira, 17 de junho de 2010

Dia x

Eternas serão as minhas pegadas na areia, aquelas que me habituei a seguir e me levaram já a tantos sitios. E de tantos sitios me trouxeram de volta ao ponto de partida.

Quando Sodoma e Gomorra arderam, quem olhou para trás na fuga, por lá ficou... Há alguma moral que quero tirar disto? Não... apenas uma verdade universal: se olhar para trás, ao longo da praia, a ver a extensão do que ja caminhei, perco-me no horizonte.

Pelo caminho que percorri encontrei por diversas vezes a felicidade. Se ela é o caminho e não o destino, sou feliz.

Construo-me diáriamente e tento fazê-lo com amor. Porque o que fazemos com amor fica para sempre. É eterno...

As minhas pegadas ficam por ali até que uma onda as apague para que eu de novo me ponha ao caminho. Os castelos que construí na areia são também destruidos.
O que me resta? Para onde ir quando tudo em mim me pede para voltar para trás?
Encontro-me na terra de ninguém, sem avançar nem recuar. Sento-me e olho para este mar tão português e tão meu. E tento adivinhar como é o mundo lá ao fundo, atrás da linha do horizonte, atrás do sol já tão baixo e longe.

Aqui, na terra de ninguém, o eterno faz sentido...

1 comentário:

Sandra disse...

não deixes que ninguém apague as tuas pegadas e deite abaixo os teus castelos de areia!!
em relação ao eterno.. faz sempre sentido, não faz?

beijinho